quarta-feira, 11 de junho de 2008

Ordem de S. Miguel da Ala - O.S.M.A.


Ordem de Cavalaria de S. Miguel da Ala

Ordo Equitum Sancte Michaelis sive de Ala


BREVE HISTORIA DA ORDEM EQUESTRE E MILITAR DE SÃO MIGUEL DA ALA


De acordo com a tradição, a Ordem de S. Miguel de Ala, foi fundada por El-Rei D. Afonso Henriques na segunda metade do Séc. XII, depois da sua vitória sobre os Sarracenos que o tinham ido cercar a Santarém, conforme se relata na Crónica Geral de Espanha, sendo esta a Ordem de Cavalaria mais antiga de Portugal e uma das mais antigas do mundo!

Os nomes dos cavaleiros do tempo de D. Afonso Henriques que, segundo a tradição, foram os primeiros membros da Ordem de São Miguel da Ala são: D. Egas Moniz, D. Pedro Afonso, D. Gonçalo Gonçalves, D. Pedro Paes, D. Gonçalo de Sousa, D. Lourenço Viegas, D. Fuas Roupinho, entre outros.

Tendo sido instituída em 1171, no dia 8 de Maio, os seus Cavaleiros observavam a Regra de S. Bento, estando íntimamente ligados à Ordem de Cister.

A fundação desta Ordem tem origem não só na devoção do Monarca pelo Arcanjo S. Miguel, como também por ter sido visto o braço de S. Miguel a combater pelos Cristãos no mais aceso da batalha, e quando estes estavam em alegada desvantagem…

Uma prova, apontada muitas vezes para justificar esta história da origem da Ordem, é uma antiquíssima imagem esculpida em pedra que existia na muralha de Santarém e que retrata o primeiro Rei Português.
A imagem que se encontra hoje em Lisboa, no Museu da Associação de Arqueólogos situado nas ruínas do Convento do Carmo, acredita-se ser a única contemporânea do fundador da nação. Na sua base ainda se pode ler: " El Rei D. Afonso Henriques, que esta vila (Santarém) tomou aos Mouros em dia de São Miguel, 8 de Maio de 1147".

Vários são os documentos que durante a História fazem referência à Ordem, entre os quais destacamos a Bula Papal de Alexandre III, datada de 4 de Janeiro de 1177, na qual reconhece a “Ordo Equitum S. Michaelis Sive de Ala” – Ordem de Cavalaria de S.Miguel da Ala – e a Crónica de Cister de Frei Bernardo de Brito, entre 1597 e 1602, em que refere a institução da Ordem de S. Miguel da Ala por D. Afonso Henriques em 1171.
No Mosteiro de Osseira, na Galiza, e de origem Cisterciense, estão as armas da Ordem de São Miguel da Ala, representadas também, no seu frontespício.

A Crónica de Cister de Frei Bernardo de Britto (1597 -1602) refere como facto no Capitulo XVIII que a "Ordem de São Miguel da Ala” ou "Asa” foi instituída em 1171 por D. Afonso Henriques e os seus cavaleiros observavam a "Regra de São Bento" sendo uma das ordens militares de cavalaria sufragâneas da Ordem de Cister de Santa Maria de Alcobaça designado por Prelado. Por ter sido a Ordem de Cister a publicar, em 1630, a primeira Constituição conhecida da Ordem de São Miguel da Ala; "Constitutiones Militum S. Michaelis sive de Ala" há quem defenda que, até essa data, os cavaleiros da Ordem estavam divididos em dois grupos, um de religiosos e outro de militares, sendo um composto por professos da própria Ordem de Cister, e o outro por capitães e Nobres (Doc. 1).

No Volume II (Páginas 418-419) da obra "De Iure Abbatum et Aliorum Praelatorum etc.", (1691), da autoria do Abade Ascanio Tamburinio, encontra-se a transcrição do Breve ou Bula Papal de Alexandre III datada de 4 de Janeiro de 1177 e referente ao reconhecimento da "Ordo Equitum S. Michaelis sive de Ala", e outras Ordens Portuguesas. O mesmo documento refere o ano 1166 como sendo o da data da fundação da Ordem e apresenta a data de 1205 como sendo a do Milagre ou Aparição do braço armado e alado de São Miguel em Santarém. Como D. Afonso Henriques faleceu em 1185, a data de 1205 certamente faz referência ao Calendário Juliano em uso no Reinado do Rei D. Afonso I e que corresponde ao ano 1147 do Calendário Gregoriano "Ano Domini", só adoptado em Portugal no reinado de D. João I, e que tem 38 anos de diferença da "Era de César".

O Abade Bernardo Giustiniani, no Capítulo XXVIII das suas "Historie Cronologiche dell'origine degl'Ordini Militari e di tutte le Religioni Cavalleresche" intitulado: "Cavalieri dei Ala di S. Michiele in Portogallo" Parte I, Páginas 428-433, (Veneza, 1692), apresenta uma lista de cavaleiros e afirma ter havido vinte e três Grão-Mestres da Ordem (todos eles Reis de Portugal) desde a fundação da Ordem por D. Afonso Henriques, em 1165, até à regência de D. Pedro II (1667).

A obra "The Institution, Laws & Ceremonies of the Most Noble Order of the Garter", de Elias Ashmole (1672), também faz referência à Orden de São Miguel da Ala no Capítulo II, Página 70: "é uma Ordem Religiosa Portuguesa dedicada a defender a religião Católica, as fronteiras de Portugal dos Mouros e de levar conforto às viúvas e aos órfãos".

Numerosas referências à Ordem de São Miguel da Ala e gravuras semelhantes alusivas ao traje dos Cavaleiros também aparecem reproduzidas em várias obras sobre Ordens, editadas no estrangeiro entre os Séculos XVII e XVIII, constituindo assim prova irrefutável da continuidade e actividade da Ordem desde a sua criação até à época.
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D. Miguel em 26 de Maio de 1834, já depois de estar no exílio, banido de Portugal e de lhe terem sido retirados todos os direitos, criou uma Ordem Secreta a qual denominou de “Ordem Secreta de São Miguel da Ala”. O Objectivo era “confundir” esta organização secreta com a Ordem de São Miguel da Ala, fundada por D. Afonso Henriques.
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O Grão-Mestre da Ordem de São Miguel da Ala é o Rei de Portugal. O lugar de Grão-Mestrado encontra-se em vacatura, estando preenchido, simbólicamente, pelo Arcanjo São Miguel.
A Ordem de São Miguel da Ala, tem o reconhecimento da Casa Real Portuguesa (Casa Loulé - ramo legitimista e constitucional), que habitualmente está presente nas Cerimónias e nos seus actos.

O objectivo principal da O.S.M.A. é a defesa da Fé Católica, Apostólica Romana, a defesa do Rei e do Património Tradicional Português, em todos os seus aspectos, o que equivale dizer, à Cultura Portuguesa e Valores Tradicionais e Cristãos, uma vez que esta é a base da nossa identificação como Nação independente, assim como da propagação da devoção ao Arcanjo São Miguel em Portugal, terra que o aclamou de Anjo da Paz, e Anjo Custódio da nação ou Anjo de Portugal.

A sua acção visa fundamentalmente a formação das novas gerações, para que saibam manter uma maneira de estar na vida baseada nos princípios da Religião Católica Apostólica Romana e da Moral Cristã, da Honra, da Lealdade e da Tradição Portuguesa.

A 4 de Agosto de 1981, através de Escritura Pública foi restaurada a actividade social dos Cavaleiros da Ordem de São Miguel da Ala.

Desde então passou a ter a sua sede em Carnide, na Rua do Norte, Nº 14, onde desempenha uma das suas principais actividades, o Colégio do Menino Jesus, designado por Associação de Socorro e Amparo (ASA - que é uma Instituíçao Privada de Solidariedade Social - IPSS).
A Comendadoria do Norte tem a sua sede no Mosteiro de S. Salvador, em Aldreu.

Para atingir este objectivo e dentro do espírito e princípios da Regra da Ordem da Cavalaria - Honra, Lealdade, Humildade, Desinteresse, Generosidade, Partilha e entrega ao próximo.
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A acção da O.S.M.A. exerce-se, actualmente, através de três ramos:
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- Ramo Assistêncial (dentro do qual destacamos o Colégio da Associação de Socorro e Amparo - ASA (IPSS) em Carnide, para crianças desfavorecidas e carenciadas)

- Ramo e Defesa do Património Nacional

- Ramo Doutrinal


O alto valor de um Cavaleiro-Místico provém-lhe do seu desapego à vida material e aos prazeres mundanos. Ele sente-se de outro mundo, a sua conciência lembrou-se dos Divinos Arquétipos e combate em nome deles, em nome do Ideal!”